O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a causar polêmica ao declarar, em entrevista ao jornal britânico Financial Times, que o presidente dos EUA, Donald Trump, pode impor novas sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, as medidas seriam uma resposta direta ao julgamento de seu pai, Jair Bolsonaro (PL), acusado de tentar dar um golpe de Estado após perder as eleições de 2022.
Eduardo afirmou que Trump tem várias opções “na mesa”, desde ampliar sanções contra autoridades brasileiras até revogar mais vistos e aplicar tarifas comerciais. Ele, inclusive, já teria se reunido com membros da administração Trump para pressionar por punições aos ministros do STF, incluindo Alexandre de Moraes, que teve o visto suspenso e foi alvo da Lei Magnitsky, usada contra envolvidos em corrupção ou violações de direitos humanos.
A pressão do deputado não para por aí. Ele declarou que a esposa de Moraes, a advogada Viviane Barci, também pode ser alvo de sanções, chamando-a de “braço financeiro” do ministro. Outros sete ministros do STF e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, também tiveram vistos suspensos pelos EUA. Mesmo assim, o STF mantém sua posição de seguir com o julgamento do ex-presidente.
Eduardo também prometeu levar essa pressão para a Europa. Ele disse que vai apresentar aos parlamentares da União Europeia as sanções já adotadas pelos EUA e pedir que medidas semelhantes sejam aplicadas por lá. Citou até apoio do político português André Ventura, líder do partido Chega, que quer impedir Moraes de entrar em Portugal e congelar seus bens.
Apesar das críticas que vem recebendo no Brasil — acusado por alguns de trair o país — Eduardo se defende dizendo que está tentando “salvar a democracia”. Ele negou qualquer envolvimento no cancelamento de uma reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro dos EUA para discutir as tarifas impostas contra produtos brasileiros.