O senador Romário (PL-RJ) decidiu que não vai assinar o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão foi comunicada ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e coloca o ex-jogador ao lado da senadora Eudócia Caldas (PL-AL) como os únicos do partido que não aderiram ao movimento liderado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Até a manhã desta quarta-feira (6), 38 senadores já tinham declarado apoio ao pedido, que foi protocolado por Flávio Bolsonaro (PL-RJ). A iniciativa é uma resposta às recentes decisões de Moraes, especialmente a que determinou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. Apesar da força política do PL e do apoio de parte da direita, o PT já se posicionou contra o processo.
Romário, que costuma manter um perfil mais discreto na política, está sendo duramente criticado nas redes sociais. Em suas últimas postagens no Instagram, os comentários passaram dos 37 mil — um número muito acima da média do senador, que costuma receber menos de mil interações. A pressão vem principalmente de eleitores bolsonaristas, que esperavam uma postura mais alinhada ao grupo.
Apesar do barulho, pedidos de impeachment contra ministros do STF não são novidade no Senado, mas até hoje nenhum foi adiante. Para que um processo como esse avance, é preciso que o ministro seja acusado formalmente de crime de responsabilidade, como envolvimento político-partidário ou conduta indecorosa, segundo a Lei 1.079, de 1950. Por enquanto, o caso segue movimentando os bastidores de Brasília — e as redes sociais também.